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Do Jornalismo à Justiça: Andrei Kampff e a Luta pelo Esporte Mais Justo

  • goldencorpgm5
  • 3 de abr.
  • 3 min de leitura

Com uma carreira que une a paixão pela notícia e o compromisso com a justiça, o jornalista e advogado Andrei Kampff é hoje uma das vozes mais influentes quando o assunto é o direito desportivo no Brasil. Em recente entrevista ao podcast Contrato Social, o especialista compartilhou sua trajetória singular — dos estúdios da RBS TV, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul, às salas de aula e aos tribunais —, além de reflexões fundamentais sobre os desafios e as transformações do esporte contemporâneo.


Uma trajetória entre microfones e códigos

Filho de jornalistas, Andrei cresceu entre bastidores de redações e estúdios de TV, mas tentou resistir ao que parecia ser seu destino. Prestou vestibular para arquitetura e publicidade, mas, ao fim do dia, a escolha foi por dois caminhos paralelos: jornalismo e direito. Formou-se primeiro como jornalista e logo ingressou na televisão, onde passou 25 anos cobrindo grandes eventos esportivos, como Copas do Mundo e Olimpíadas.

“Foi uma experiência transformadora, mas muito intensa. O jornalismo te apaixona e te escraviza ao mesmo tempo”, relembra. Durante esse período, o direito ficou em segundo plano, mas nunca foi abandonado. Hoje, é sócio da AK Proteção Jurídica e criador do portal Lei em Campo, além de colunista do UOL.


O futebol real e invisível

Uma das experiências mais marcantes de sua carreira foi uma série jornalística sobre a quarta divisão do futebol brasileiro. Durante 45 dias, viajou o país para mostrar a realidade dura de atletas que jogam por salários baixos, convivem com o desemprego e sonham com uma carreira que, para a maioria, não passa de ilusão.

“Futebol é sonho, mas muitas vezes vira pesadelo”, diz Andrei, lembrando do emocionado depoimento de um zagueiro do Araguaia, que afirmou: “O futebol não me deu nada economicamente, mas faria tudo de novo”.


Profissionalização e justiça no esporte

A entrevista abordou também temas quentes como as SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol), o crescimento das apostas esportivas e a manipulação de resultados. Kampff defendeu uma gestão mais profissional no futebol brasileiro e ressaltou a importância de compliance, governança e segurança jurídica. “Gestão amadora não tem mais espaço”, afirmou.

Outro ponto central foi o combate ao racismo e a inclusão de penalidades mais severas nos regulamentos das entidades esportivas. Segundo ele, a perda de pontos por atos discriminatórios seria um verdadeiro divisor de águas na luta por um futebol mais justo.


Formação de base e educação

Falando sobre a formação de atletas no Brasil, Andrei destacou a importância de um trabalho sério nas categorias de base. “A base precisa ser fomento de talentos, mas também de transformação social”, defende. Para ele, a estrutura deve incluir formação educacional, apoio psicológico e alternativas de carreira, já que poucos atletas chegam ao futebol profissional.


Novos projetos e um legado de reflexão

Encerrando a entrevista, Andrei revelou estar escrevendo um novo livro: 20 Júris que Mudaram o Esporte, com histórias emblemáticas de atletas e episódios que desafiaram e transformaram as regras do jogo — dentro e fora do campo.

Entre os casos citados, estão o do piloto Ayrton Senna, que influenciou mudanças na segurança da Fórmula 1, e o de atletas muçulmanas que lutaram pelo direito de competir usando o hijab. "São histórias de resistência e transformação, que mostram como o esporte também é espaço de luta por direitos."


Para quem está começando

E para os jovens que desejam seguir carreira no jornalismo ou no direito, o conselho é simples, mas poderoso: “Não existe profissão fácil. É preciso estudar, suar mais que os outros e, acima de tudo, amar o que se faz.”

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